terça-feira, 7 de setembro de 2010

NOSSA INDEPENDÊNCIA


A Independência do Brasil compreende todo um processo histórico e deve conter em sua explicação dois pontos para que seja bem examinada: o 07 de setembro de 1822 não foi um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema Colonial; a “independência” restringiu-se à esfera política, não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características.

O Brasil vivia a crise do Antigo Sistema Colonial no século XVIII. Essa crise foi marcada pelas rebeliões de emancipação, entre elas a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Essa situação acontecia paralelamente à decadência do Antigo Regime europeu, que estava se enfraquecendo por conta da Revolução Industrial na Inglaterra e principalmente pelos princípios iluministas, que depois seriam a base ideológica para a Independência dos Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa (1789).

Com a abertura dos portos, em 1808, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não existia mais. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se, assim, os interesses da elite agrária brasileira, estreitando relações com a Inglaterra.

A Revolução do Porto, em 1820, colocou fim ao absolutismo em Portugal. Implantada uma monarquia constitucional, o movimento ganhou um caráter liberal. Ao mesmo tempo, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil, pois se tratava de uma burguesia mercantil.
Com o retorno de D. João VI à Portugal, seu filho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira, que sentia-se ameaçada pela a intenção recolonizadora de Portugal e pelas guerras de independência na América Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas.


D. Pedro foi, então, sondado para ficar no Brasil, pois sua partida poderia representar o esfacelamento do país. Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".
Outro marco interessante, foi aquele que acontece às margens do Rio Ipiranga que nada mais foi que a apresentação de algumas cartas e representação de algo já certo...

D. Pedro não decidiu ficar pelo povo, mas pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência que não alteraria a realidade sócio-econômica colonial.

Dessa forma, podemos ver que o “7 de setembro” foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.



Até mais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário