Clipping - Diario do Grande ABC
Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
Do Diário do Grande ABC
A categoria da região, que pede aumento de 15,39%, deflagrou paralisação na segunda-feira e, desde então, o lixo se amontoa pelas ruas da região. No mesmo dia, o TRT determinou que metade do efetivo mantivesse as atividades de varreção e coleta, além de 100% de atividade em relação aos serviços de recolha de resíduos hospitalares. Porém, a determinação não foi cumprida em sua totalidade. Em Mauá e Ribeirão Pires, apenas a coleta do lixo da Saúde foi feita. A Polícia Civil foi até a Lara Central de Tratamento de Resíduos, empresa que atende também a Rio Grande da Serra (esta última não aderiu à greve por não fazer parte do Siemaco-ABC), na tentativa de negociar com os trabalhadores a retomada de 50% dos funcionários para os demais trabalhos, porém, sem sucesso.
Em Santo André, a coleta também foi paralisada 100%; apenas varreção de rua aconteceu parcialmente. Em descumprimento à liminar, o Siemaco-ABC será multado e, segundo o TRT, “o valor e destinação serão arbitrados em momento oportuno, no caso, quando for a julgamento”.
Em toda a região, a coleta de lixo é feita por aproximadamente 1.200 pessoas – quando incluídos os profissionais de varrição, esse número chega a 3.000. Hoje, a remuneração mínima total (salários mais benefícios) dos coletores totaliza R$ 1.768,53. Já os varredores recebem R$ 1.472,69.
“Coletamos lixo, mas não somos lixo. Merecemos respeito. Que o Selur e as empresas tenham consciência do valor que tem o nosso trabalho”, disse o secretário-geral do Siemaco-ABC, Ednaldo de Oliveira.
Em nota, o sindicato patronal lamentou a rejeição da proposta e continuidade da greve na região. “O Selur segue empenhado na busca de solução urgente. A entidade reafirma ser necessário garantir o atendimento da população. Nesse sentido, espera que o diálogo e o bom senso prevaleçam”, defendeu, em nota.
População tenta minimizar efeitos e armazena detritos em casa
Com a greve dos coletores de lixo no Grande ABC, as lixeiras estão transbordando e sacos de lixo tomam as calçadas em toda a região. Diante disso, as prefeituras têm orientado a população a manter os resíduos alocados nas residências, e parte dos munícipes tem contribuído para não expandir o cenário de sujeira instalado nas ruas.
“Tenho criança pequena e acabo produzindo muito lixo por causa das fraldas, mas estou mantendo os sacos (já estavam em cinco) na garagem. Na rua, os cachorros vão rasgar e será pior”, contou a dona de casa Fabiana Mariano de Oliveira, 36 anos, moradora do Parque Erasmo, em Santo André. A casa dela fica próxima a diversas caçambas de lixo, que ontem estavam repletas de moscas, além do forte mau cheiro exalado.
Na Vila Assis, em Mauá, Maria dos Anjos, 57 anos, faz o mesmo, já que a lixeira onde a comunidade coloca os resíduos não tem mais espaço para um saco sequer. “Espero que a greve não dure muito tempo.”
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