segunda-feira, 7 de abril de 2014

Estoque de crédito na região desacelera em 2013

Clipping Diario do Grande ABC



Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
Celso Luiz/DGABC
O estoque de crédito na região apresentou desaceleração no crescimento na comparação entre 2012 e 2013. Parte deste movimento é atribuída à elevação do endividamento das famílias e ao encarecimento do custo dos empréstimos.
Conforme informações do BC (BancoCentral), publicadas com 90 dias de defasagem conforme informa a própria autarquia monetária, o saldo de crédito do Grande ABC acumulou, no fim de dezembro, R$ 20 bilhões. Este é o valor que as instituições financeiras possuem emprestado aos clientes e que ainda não teve parcelas liquidadas. O montante representou expansão da ordem de 5,12%.
Para efeito de comparação, no fim do último mês de 2012, conforme a Estban (Estatística Bancáriapor município), do BC, o estoque de financiamentos atingiu R$ 19,02 bilhões. Esse resultado ilustrou incremento, contra igual período do ano anterior, da ordem de 19,8%. Em 2011, no fim de dezembro, as instituições financeiras haviam liberado R$ 15,87 bilhões.

Os volumes consideram todos os tipos de operações de crédito, tanto para pessoas físicas quanto às empresas.
ANÁLISE - A elevação do endividamento das famílias é um dos pontos que mais estão relacionados à desaceleração do avanço do saldo de crédito da região. Isso porque, uma vez que o estoque é o montante emprestado que ainda não teve as parcelas liquidadas, naturalmente ele tende a reduzir caso não ocorra novas contratações.
Em dezembro, segundo o BC, o endividamento das famílias sobre a renda atingiu 45,49%, maior resultado da série histórica iniciada em janeiro de 2005. Assim, com contas e mais contas para liquidar, os consumidores deixam um pouco de lado as novas operações de crédito, observa o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo e coordenador do Observatório Econômico da instituição de ensino, Sandro Maskio.
“Existe uma tendência, que veio se formando no ano passado, de estagnação na demanda por crédito no Grande ABC. Isso porque tem ocorrido a redução da capacidade do endividamento das famílias”, afirma Maskio.
Outro ponto chave que explica a contenção das famílias na demanda por novas operações de crédito é o encarecimento dele. De um ano para cá a taxa básica de juros, a Selic, tem sido elevada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, de 7,25% ao ano para os atuais 11% ao ano.
Como ferramenta para tentar controlar o avanço da inflação oficial do País, o governo federal utiliza o aumento da Selic. Os bancos, por sua vez, a utilizam como base da precificação dos empréstimos, que naturalmente também encareceram nesse período. O objetivo é segurar um pouco o consumo, ou seja, fazer com que as famílias apertem o cinto na hora de gastar. Como impacto da redução na procura, os preços começam a subir menos ou a se estabilizar.
O incremento da Selic também tem reflexo nas empresas, que são, igualmente, muito sensíveis aos aumentos dos juros. Outro fator que contribui para que as companhias diminuam o interesse por novas contratações é o cenário de incertezas para 2014 – principalmente por causa da Copa do Mundo de futebol e das eleições –, o que inibe novos investimentos.
MUNICÍPIOS - Seis das sete cidades da região apresentaram crescimento no saldo de crédito na comparação entre 2013 e 2012. As maiores ascensões ocorreram em: Rio Grande da Serra, da ordem de 55%, com R$ 46,63 milhões no fim de dezembro; São Caetano, com alta de 19,28% e R$ 3,93 bilhões, e Mauá, com 19,25% de acréscimo, para R$ 1,3 bilhão.
Em seguida, aparecem Diadema (9,99%), Ribeirão Pires (8,31%) e São Bernardo (5,69%). Apenas Santo André apresentou queda, de 8%.
 

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